Operação policial em favelas do Brasil. Imagem: reprodução internet.

O “conjunto de ferramentas” elaborado pelo coletivo abolicionista penal estadunidense “Critical Resistance” nos fornece uma contribuição no sentido da abolição do encarceramento, do policiamento e da vigilância de nossas comunidades. O material também nos serve como ponto de apoio para a construção de práticas solidárias que visam a criar alternativas duradouras ao punitivismo e ao aprisionamento.

O material original emergiu das discussões no Grupo de Trabalho Nacional de Antipoliciamento do Critical Resistance, no verão de 2020, conforme examinavam como comunidades ao redor do globo estavam resistindo ao policiamento naquele momento: confrontando governos municipais com pedidos para parar o investimento em policiamento e financiar estruturas radicais e de afirmação da vida; tomando as ruas por meio da insurgência; ocupando delegacias de polícia e criando zonas autônomas; e, construindo incontáveis recursos coletivos de cuidado radical, apoio mútua, educação política e agenciamento. 

Como o quadro brasileiro das prisões e da violência policial tem nos exigido que adotemos posição ativa radical no confronto às estratégias da punição, a proposta de aproximarmo-nos de experiências internacionais para trocar instrumentos, conhecimentos e táticas pareceu-nos fundamental. Foi desse contexto que emergiu a presente proposta de tradução.

 

Operação policial em favelas no Brasil. Imagem: reprodução.

O projeto de tradução dessa caixa de ferramentas abolicionista foi realizado pela acadêmica do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Luiza Kampff, bolsista de Iniciação Científica BPA PEC-DES, coordenado pelo prof. Augusto Jobim do Amaral e pela pesquisadora vinculada ao Grupo de Pesquisa do CNPq “Criminologia, Cultura Punitiva e Crítica Filosófica” [POLITICRIM], Fernanda Martins. Trata-se de iniciativa conectada a proposta mais ampla iniciada com aproximação entre o Crítical Resistance e o grupo de traduções abolicionistas “Trama Coletiva”. A Trama é composta por professorxs, pesquisadorxs e pessoas ligadas a movimentos sociais unidas pelo desejo de produzir diálogos, traduções e aproximações com iniciativas abolicionistas penais internacionais como estratégia de difusão e fortalecimento do debate no Brasil.

A revista “Nossas comunidades, nossas soluções: um conjunto de ferramentas para o desenvolvimento de campanhas visando a abolir o policiamento”  está disponível para download gratuito aqui!