Não pensem que é preciso ser triste para ser um militante: cartas para uma vida não fascista
foto do livro Modulações militantes por uma vida não fascista no Rio de Janeiro. Em 1977, Michel Foucault escreveu o prefácio para a edição estadunidense de O Anti-Édipo – livro de Gilles Deleuze e Felix Guattari cuja primeira publicação se deu em 1972 na França. Neste texto, Foucault indica que a obra que prefaciava realizara algo muito importante: a montagem de
Lute para vencer
Uma análise de "Apoio Mútuo: construindo solidariedade durante essa crise (e a próxima)", por Rory Elliot* Imagem: reprodução Com "Apoio Mútuo: construindo solidariedade durante essa crise (e a próxima)", o ativista trans e professor de direito Dean Spade desafia o leitor e o movimento de esquerda como um todo a perceber o poder do apoio mútuo nas lutas coletivas pela libertação. Spade
A POTÊNCIA DOS FEMINISMOS NA LUTA CONTRA
A RAZÃO NEOLIBERAL NA AMÉRICA LATINA:
uma entrevista com Verónica Gago
Por Mônica Vilaça e Bárbara Freitas. Esta entrevista com Verónica Gago, professora da Universidade de Buenos Aires (UBA) e da Universidade Nacional de San Martin (UNSAM), busca dialogar com as recentes movimentações construídas no bojo das lutas e interpretações que têm marcado os últimos anos na América Latina. Este tem sido um período atravessado por uma pujante produção e tradução para
VELAR PELO SENTIDO AUSENTE: PESQUISA E TESTEMUNHO, de Paulo Endo
O percurso do livro "Vocês ainda estão vivos? Fragmentos sobre trauma, memória e herança", não se revela apenas como pesquisa. Ele evidencia as ocultações e os impossíveis que a produção testemunhal desvela e mostra. Daniel Kveller, desde o início, trabalhou para compreender as marcas do traumático que o convocam, que se impõem na sucessão de um sentido invisível e redobram
“Escrever como escavando um túnel em uma mina. Produzir textos que iluminam a cena, determinam tomadas de posição e, em seguida, como um disparo sinalizador ou como um coquetel molotov, dissolvam-se em seus próprios efeitos sem deixar rastro”, por Sandro Chignola
Escrever sobre Foucault nos expõe a um duplo risco. Por um lado, fazer dele um autor. Por outro, dissolvê-lo, extrapolando muito facilmente seus trabalhos-fórmulas, suas categorias ou seus conceitos para reutilizá-los em outros contextos e para outros fins. Sabemos que Foucault, muito relutante à primeira opção – aquela que lhe teria polido um perfil, reconstruído uma coerência, ignorado os bloqueios
Fim do anonimato digital reduziria danos causados pelo discurso de ódio, por Christian Dunker
Texto originalmente publicado no Tilt Uol e republicado no Blog da Criação Humana. O ódio é um afeto e como tal tem direito a plena cidadania entre outros afetos, emoções e sentimentos. Daí que seja vã e, no limite, perniciosa toda tentativa de eliminar afetos, principalmente quando olhamos para nossa história de perseguições a afetos de extração sexual, ou aos afetos intensificados,
A expressão “apoio mútuo” pode aferir pouca radicalidade quando desassociada do corpo coletivo que lhe dá sentido. Apoiarmo-nos mutuamente, o que isso significa?
“Apoio Mútuo é o ato radical de cuidar uns des outres enquanto trabalhamos para mudar o mundo. Em todo o mundo, as pessoas enfrentam uma sucessão em espiral de crises, desde a pandemia de Covid-19 e incêndios, inundações e tempestades induzidas pelas mudanças climáticas até os horrores contínuos do encarceramento em massa, policiamento racista, fiscalização brutal da imigração, violência endêmica de
Luci Cavallero: “É muito importante que a produção da teoria feminista não se desvincule do processo político”
A pesquisadora percorre a onda feminista que se ativou nos últimos anos —com movimentos como o NiUnaMenos ou as greves— produzindo teoria enraizada na ação, com foco na ofensiva do neoliberalismo contra a reprodução social. Buenos Aires, Argentina. Foto de Luci Cavallero, socióloga, feminista e pesquisadora. Junto com Verónica Gago, publicou o livro "Uma leitura feminista da dívida". Há alguns anos, a
“Foi ele (Bolsonaro) que matou”, denuncia Davi Kopenawa
Para o maior líder do povo Yanomami, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o grande responsável pelo agravamento da tragédia humanitária que atinge o seu povo e ele deve ser preso pelo crime de genocídio (Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real). O maior líder do povo Yanomami, Davi Kopenawa, de 66 anos, atendeu à equipe da Amazônia Real para uma entrevista exclusiva na segunda-feira
Colonização, identidade e o que fazer do futuro, por Eduardo Leal Cunha
Em Modernidade e identidade , de Anthony Giddens, encontramos a expressão “colonização do futuro”, com a qual o sociólogo britânico procura descrever como a construção de uma narrativa reflexiva do eu, que teça laços entre o presente, nosso passado e um projeto de futuro, nos proporciona segurança ontológica e reduz nossa sensação de risco, frente ao que está por vir, na medida